Aliados do governador Romeu Zema (Novo) tentam convencer o deputado estadual Bruno Engler, do PL, a deixar a vice-presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A mudança é vista como uma saída para permitir o avanço, no Parlamento, do projeto de lei que mexe no piso e no teto das contribuições do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
A CCJ é a primeira comissão a analisar todos os projetos enviados à Assembleia. Nas últimas três reuniões do colegiado, o texto a respeito do Ipsemg foi retirado de pauta. A eventual entrada de um parlamentar mais alinhado a Zema no posto que hoje é de Engler poderia, na visão de entusiastas da substituição, destravar a análise da proposta na CCJ.
Na semana passada, Engler não participou das duas reuniões da CCJ convocadas para analisar o projeto do Ipsemg. O presidente da comissão, Arnaldo Silva (União Brasil), também não marcou presença.
Com as faltas, a presidência foi exercida interinamente por Doutor Jean Freire (PT), o mais velho entre os parlamentares da comissão. Integrante da oposição, que defende alterações na proposta sobre o Ipsemg, Freire, então, optou por adiar a votação do projeto no comitê.
Apesar da tentativa de mudança na vice-presidência da CCJ, interlocutores ouvidos por O Fator não acreditam, neste momento, em um aval de Engler à ideia. O deputado, vale lembrar, é pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o Regimento Interno da Assembleia, quando um deputado solicita a saída de uma comissão, é substituído por um colega que pertence ao mesmo bloco parlamentar. Há, ainda, a prerrogativa de abrir mão da presidência ou da vice-presidência de um comitê e, ainda assim, permanecer no colegiado.
Em qualquer um dos cenários, por ter maioria na CCJ, a base governista conseguiria emplacar um vice-presidente de orientação pró-Zema.