Policial investigado em plano golpista não integra quadro da Abin desde 2022, diz associação

Alexandre Ramalho atuou no gabinete do então Diretor-Geral Alexandre Ramagem
Fachada do prédio da Abin
"O policial federal Alexandre Ramalho não pertence mais ao quadro de servidores da ABIN desde junho de 2022, quando retornou ao seu órgão de origem", afirma a nota da INTELIS. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da ABIN (INTELIS) emitiu nota pública nesta quinta-feira (21) para esclarecer que o policial federal Alexandre Ramalho, investigado na Operação Punhal Verde Amarelo, não faz mais parte do quadro de servidores da agência desde junho de 2022.

Durante sua passagem pela Abin, Ramalho estava lotado no gabinete do então Diretor-Geral Alexandre Ramagem, atual deputado federal, “exclusivamente em função de assessoria”, segundo o comunicado.

A INTELIS destaca que diversos agentes externos, principalmente da Polícia Federal, atuaram na Abin durante a gestão Ramagem, formando o que ficou conhecido como “ABIN Paralela” – grupo que, segundo a associação, utilizava “a estrutura e ferramentas da instituição para propósitos políticos”.

A Operação Punhal Verde Amarelo, deflagrada pela Polícia Federal na última terça-feira (19), investiga um plano golpista que teria sido elaborado por militares para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo as investigações, o documento com o planejamento foi impresso no Palácio do Planalto em novembro de 2022 pelo general da reserva Mário Fernandes, então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência.

O plano, de acordo com a PF, incluía ações “com características terroristas” visando o “sequestro ou homicídio” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além do presidente Lula e do vice Geraldo Alckmin. O documento previa o uso de explosivos, armamento pesado e até envenenamento.

Na nota, a INTELIS reafirma “compromisso com o Estado Democrático de Direito, as instituições republicanas e os direitos humanos” e defende que a agência seja dirigida por profissionais de carreira da área de Inteligência, como “uma camada extra de proteção ao envolvimento da instituição em desvios”.

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