Projeto para sustar teto de gastos de Zema já pode tramitar na Assembleia de Minas

Texto foi formalmente pela Mesa Diretora do Legislativo nesta quarta (4) e, agora, pode ser analisado por comissões da Casa
Foto mostra o plenário da Assembleia
Projeto para sustar decreto do teto de gastos já pode tramitar. Foto: Guilherme Dardanhan/ALMG

O projeto de resolução (PRE) apresentado por deputados estaduais de oposição ao governo de Minas Gerais com o objetivo de sustar o decreto que instituiu um teto de gastos para as contas públicas estaduais já pode tramitar na Assembleia Legislativa. Nesta quarta-feira (4), a proposta foi formalmente recebida pela Mesa Diretora da Casa, o que permite o encaminhamento do texto às comissões do Parlamento e, eventualmente, a votação em dois turnos no plenário.

A proposta que pede a anulação do decreto foi apresentada no último dia 28, horas após o governador Romeu Zema (Novo) colocar em vigor a regra que limita o crescimento das despesas primárias de Minas à variação da inflação. O Executivo editou a medida a reboque do acordo com a União para a entrada no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e, consequentemente, pela retomada dos pagamentos da dívida de R$ 165 bilhões com o governo federal.

Deputados de oposição a Zema, entretanto, afirmam que uma eventual mudança nas diretrizes do orçamento só poderia valer após uma consulta à Assembleia.

“Tais regras e mecanismos de limitação do crescimento das despesas, pelo seu conteúdo, devem tramitar sob a forma de projeto de lei complementar, em atendimento ao disposto no art. 159 da Constituição do Estado”, dizem, no projeto de resolução.

O PRE é assinado pelas deputadas Lohanna França (PV), Andréia de Jesus (PT), Beatriz Cerqueira (PT), Bella Gonçalves (Psol) e Leninha (PT). Também subscrevem o texto os deputados Betão (PT), Doutor Jean Freire (PT), Professor Cleiton (PV) e Ricardo Campos (PT).

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG) e o Sindicato dos Servidores Públicos do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Sindsemp-MG) pediram, à Justiça, a concessão de uma liminar anulando os efeitos do decreto. As ações foram protocoladas nesta quarta-feira.

Sem Ipsemg

Enquanto o projeto de resolução foi um dos temas da reunião plenária da tarde desta quarta, de manhã, durante sessão extraordinária, a pauta de votações previa a análise do projeto de lei (PL) que mexe no piso e no teto de contribuições ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). O reajuste, porém, não foi votado pelos deputados.

Esta é a terceira semana em que, a despeito de ser colocado na pauta, o PL do Ipsemg não é votado. A situação vai ao encontro da obstrução feita pela oposição, contrária à proposta.

O cerne do projeto está no aumento, de R$ 33,02 para R$ 60, do piso dos repasses feitos mensalmente pelos beneficiários. Já o teto das contribuições, atualmente fixado em R$ 275,15, chegaria a R$ 500.

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