Um incidente envolvendo dois membros do Ministério Público de Minas Gerais resultou em um boletim de ocorrência na semana passada, em Belo Horizonte. Um promotor de Justiça e um procurador de Justiça protagonizaram uma briga na academia de um prédio, no bairro Santo Agostinho. A cena tem movimentado os bastidores do MPMG.
Segundo relatos, o desentendimento começou por volta das 10h, quando o procurador entrou na academia onde o promotor estava treinando com seu personal trainer. As versões dos envolvidos divergem sobre o que desencadeou a discussão.
De acordo com o promotor, o procurador o teria acusado de falar mal dele em uma reunião de condomínio e o ofendido. O promotor alegou que, ao ver o procurador se dirigir a uma bolsa de ginástica, temeu por sua segurança devido a uma suposta ameaça anterior envolvendo uma arma de fogo.
Por outro lado, o procurador afirma que foi o promotor quem iniciou a provocação, encarando-o de forma intimidadora. Ele alega ter questionado o motivo desse comportamento, o que teria levado o promotor a mencionar que queria brigar.
A situação escalou rapidamente, resultando em agressão física. O promotor admitiu ter desferido um soco no rosto do procurador, enquanto este último acusa o promotor de tê-lo enforcado e mordido sua mão durante o confronto. O procurador apresentou diversas escoriações pelo corpo, que atribui às agressões sofridas.
O procurador também mencionou um histórico de problemas com o promotor e sua esposa, atual síndica do prédio, alegando que ambos estariam dificultando sua moradia no edifício.
O incidente foi registrado pelas câmeras de segurança do condomínio, e testemunhas foram indicadas por ambas as partes. Devido às prerrogativas funcionais dos envolvidos, o caso será encaminhado à Procuradoria-Geral de Justiça e à Corregedoria-Geral do MPMG para as devidas providências.
Posicionamento
Em contato com a reportagem, a defesa do procurador se posicionou com uma nota. Segue na íntegra:
“Os advogados do Procurador de Justiça de Minas Gerais, G.F.S., vítima das agressões oriundas de um Promotor de Justiça no último dia 25.06, informam que os socos e chutes (que resultaram em vários hematomas e escoriações); a mordida (que resultou em vários pontos cirúrgicos na mão esquerda); e o estrangulamento (que provocou fratura da cartilagem do pescoço), tudo praticado pelo vizinho, geraram risco à vida da vítima, de 61 anos, que demandou atendimento médico de urgência e, em razão das sérias lesões, ainda permanece em tratamento médico-hospitalar. A gravidade dos fatos demonstra que consequências mais graves não ocorreram graças à rápida intervenção de terceiros presentes no local. Providências estão sendo tomadas para responsabilização do autor na esfera criminal e disciplinar, com confiança na atuação séria da honrosa instituição que é o Ministério Público, cuja reputação não deve ser indevidamente manchada por bárbaros atos de violência de um de seus membros.“