TCE suspende edital para a terceirização de escolas estaduais em Minas

Decisão, em caráter liminar, foi concedida nesta quarta-feira (30), após pedido de deputada da oposição a Zema
A vaga foi aberta após a aposentadoria do conselheiro Cláudio Terrão. Foto: TCE Divulgação

O Pleno do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) concedeu, nesta quarta-feira (30), uma liminar suspendendo um edital de credenciamento de organizações da sociedade civil (OSCs) para a gestão de escolas estaduais. A terceirização das entidades de ensino, encampada pelo governo do estado, ocorre por meio do Projeto Somar.

A ideia do Executivo é iniciar a parceria com o terceiro setor entregando às OSCs a gestão de algumas escolas, em uma espécie de projeto-piloto. Críticos à ideia, entretanto, veem o Projeto Somar como uma porta para a privatização da educação pública estadual. O pedido de liminar para suspender a iniciativa foi apresentado pela deputada Beatriz Cerqueira (PT).

Em seu voto, o relator do pedido de suspensão no TCE, o conselheiro Cláudio Terrão, destacou o “ambiente de incertezas”, tendo em vista que, nas regras da concorrência, não há um limite quanto à proporção e o alcance da utilização da parceria com a iniciativa privada.

“Segundo consta do edital, e conforme esclarecimento prestado pelo secretário de estado de Educação, toda a prestação educacional dar-se-á pela entidade parceira, o que inclui a contratação e a gestão de professores, restando ao poder público tão somente o controle, a fiscalização e a gestão dos recursos da parceria”, destacou.

O Governo credenciou 10 OSCs, que, por contrato, teriam poderes para cuidar de aspectos pedagógicos e administrativos das escolas. A rede estadual de ensino conta com cerca de 3,4 mil colégios.

Beatriz Cerqueira comemorou a liminar do TCE. “A privatização só é boa para quem lucra com ela. As OSs são grandes esquemas para que cheguem (até as organizações) o dinheiro público que, antes, elas não conseguiam”, apontou.

O Fator procurou o governo de Minas para obter uma posição a respeito da decisão do conselheiro Cláudio Terrão. O Executivo afirmou que não comenta ações em andamento em tribunais e afirmou que, se provocado, se manifestará nos autos.

Leia também:

BHP Brasil anuncia novo presidente

Deputados adiam votação de projeto que aumenta bancada de MG

Após calotes, governo de Minas adota nova tática para acordos de leniência

Veja os Stories em @OFatorOficial. Acesse