Vereadores já receberam quase R$ 200 mil sem trabalhar

Afastados por suspeita de corrupção, eles seguem com os salários em dia
Print, à esquerda, foi afastado em outubro de 2023. Kaboja, à direita, foi afastado em maio do mesmo ano. Foto: CMD

Somados, dois vereadores da Câmara de Divinópolis, cidade do Centro-Oeste mineiro, já receberam quase R$ 200 mil sem trabalhar. Eduardo Print Júnior (PSDB) e Rodrigo Kaboja (PSD) foram afastados no ano passado por suspeita de corrupção, porém seguem com os salários em dia. 

Ambos são acusados de receber propina de empresários para pautar e aprovar projetos de zoneamento no Legislativo. A investigação do Ministério Público (MP), por meio da operação Gola Alva, aponta que os vereadores cobravam aproximadamente R$ 20 mil por projeto para acelerar os procedimentos que são, normalmente, morosos. 

Valores

Kaboja foi afastado a pedido do MP em maio de 2023 e recebeu, em junho, o salário referente ao mês anterior. A partir de julho, a Câmara começou a pagar o vencimento do parlamentar mesmo sem ele comparecer ao Legislativo. Desde então, ele já desembolsou cerca de R$ 118 mil.

Print foi afastado em outubro do ano passado e recebeu, em novembro, o salário referente ao mês anterior. A partir de dezembro, a Câmara pagou o vencimento do parlamentar mesmo sem ele comparecer ao Legislativo. Desde então, ele já desembolsou cerca de R$ 65 mil.

Somados, ambos receberam aproximadamente R$ 183 mil. Atualmente, cada vereador recebe R$ 11,3 mil por mês sem trabalhar. Os valores citados na reportagem são brutos e já consideram férias e outros benefícios. 

Entenda

Os suplentes César Tarzan (PSDB) e Breno Júnior (PSD) substituíram os afastados. Assim, o Legislativo tem 17 cadeiras e paga salário para 19 vereadores. Atualmente, eles custam R$ 214 mil por mês para os cofres públicos, sem considerar assessores.

A investigação contra Print e Kaboja segue na Justiça. Em paralelo, a Câmara recebeu um pedido de cassação dos dois vereadores. A votação foi realizada em março deste ano e ambos escaparam de perder os cargos e os vencimentos.

O juiz Mauro Riuji Yamane, da 2ª Vara Criminal de Divinópolis, prorrogou, também em março, o afastamento dos vereadores até o fim do ano sem prejuízo na remuneração. O Ministério Público pediu a prisão dos parlamentares, mas recebeu a negativa da Justiça.


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