BH tem 48 imóveis vagos largados pelo governo federal

Antiga Faculdade de Odontologia da UFMG e andar inteiro do Acaiaca estão entre os imóveis sem uso
Antiga Faculdade de Odontologia da UFMG, na Cidade Jardim
Prédio da antiga Faculdade de Odontologia da UFMG, na Cidade Jardim: um dos imóveis abandonados em BH. Foto: Marcelo Palhares Santiago/ARQBH

Belo Horizonte tem 48 imóveis vagos pertencentes ao governo federal. A lista completa foi publicada no mês passado pela agência Fiquem Sabendo, e obtida do Ministério da Gestão via Lei de Acesso à Informação.

Na lista está o antigo prédio da Faculdade de Odontologia da UFMG, na Cidade Jardim, abandonado há mais de 20 anos. Um documento da universidade registra que a faculdade foi transferida para o câmpus Pampulha em 2001.

O prédio na Rua Conde de Linhares foi tombado pela Prefeitura em 2013. Ele chegou a ser cedido à Polícia Federal para a construção de um museu, projeto que não foi para a frente.

Em maio de 2015 moradores do bairro fizeram um abraço simbólico em torno do prédio pedindo a implantação do museu.

Uma ausência notável na lista é outra baixa do Projeto Campus 2000 da UFMG, de transferir prédios para a Pampulha. Trata-se da antiga Escola de Engenharia, na Av. do Contorno, entre Bahia e Espírito Santo. O complexo tem mais de 25 000 metros quadrados e um dos prédios tem 12 andares.

O conjunto foi entregue pela UFMG ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em 2011, mas as obras pretendidas nunca saíram do papel. Em 2013, o desembargador Emerson Lage, que atuava na comissão predial do tribunal, disse que a prefeitura havia mexido no coeficiente construtivo no Centro para evitar a especulação imobiliária, impedindo também a reforma.

Em 2019 o TRT desistiu da obra e do prédio. A assessoria de imprensa do tribunal disse a O Fator que o imóvel ainda “se encontra em processo de devolução para a União”, e que “com a implantação do Processo Judicial Eletrônico não foi mais necessário ampliar o espaço físico das varas”.

O TRT acrescentou que o prédio é isento de IPTU, mas paga outras taxas como coleta de resíduos, num total R$ 3.012,95 por ano.

O escritório mineiro da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) confirmou que a Escola de Engenharia não aparece na lista por estar cedida ao TRT.

A lista de 48 imóveis vagos inclui 22 salas – um andar inteiro – em um mesmo endereço: o Edifício Acaiaca, na Av. Afonso Pena, 867. O andar já abrigou escritórios da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), vinculada ao Ministério da Saúde, e também está abandonado há vários anos.

Em Minas o total de imóveis vagos chega a 173, incluindo os de BH.

A SPU não respondeu quanto os imóveis abandonados custam em IPTU ou taxas de condomínio.

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