Presidente da CDL em BH teme prejuízo ao comércio com aumento da Selic

Marcelo de Souza espera que corte de gastos previsto para ser anunciado em fevereiro atenue barreiras fiscais
O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva
O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva. Foto: Divulgação/CDL

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva, disse temer que o novo aumento na Taxa Selic, anunciado nessa quarta-feira (29) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, gere prejuízos ao comércio. O índice básico de juros, antes em 12,25%, passou para 13,25%.

“Entendemos que essa estratégia é para coibir a inflação, já que, no momento, temos um mercado de consumo aquecido pelo pleno emprego e resiliência das atividades econômicas. O receio é que esse freio ao consumo seja além da conta e prejudique o comércio, maior gerador de empregos da cidade”, afirmou

A subida de um ponto percentual da Selic neste mês já havia sido prevista pelo BC no ano passado. Na segunda-feira (27), o Boletim Focus projetou a chegada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 5,5% no fim do ano. A estimativa é maior que os 4,5% do teto da meta inflacionária de 2025.

“A Selic chega em seu maior patamar desde 2023. Estimam ainda que, em 2025, chegue a 15%. A ampliação do período de aumentos pode impactar o comércio, já que o reajuste pesa no bolso do consumidor, reduz o acesso ao crédito e limita o consumo. O ideal é que o governo encontre alternativas para conter o cenário inflacionário sem prejudicar um setor que, somente agora, apresenta sinais de recuperação pós-pandemia”, sugeriu Souza e Silva.

A reunião do Copom nessa quarta-feira (29) foi a primeira com Gabriel Galípolo no comando do BC. 

Para o presidente da CDL/BH, o governo federal precisa equilibrar as contas e gastar menos do que a arrecadação.

“Esperamos que o anúncio do corte de gastos, previsto para o início de fevereiro, realmente aponte reduções significativas e mostre que o governo está focado neste problema fiscal”, avaliou.

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