Sindicatos vão levar a deputados ata de ‘reunião paralela’ no saguão da sede da Cemig

Encontro improvisado aconteceu após agenda de negociação com estatal por causa de aumento em plano de saúde ser cancelada
Foto mostra a logomarca da Cemig
Direção da Cemig e sindicatos têm visões opostas sobre aumento em plano de saúde. Foto: Guilherme Dardanhan/ALMG

Sindicatos que representam servidores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) se organizam para levar, à Assembleia Legislativa (ALMG), uma cópia da ata da reunião realizada no saguão da sede da estatal, em Belo Horizonte, na quinta-feira (13). 

O encontro, organizado às pressas, aconteceu após uma reunião com representantes da empresa ser cancelada de última hora. A ideia era conversar com a cúpula da empresa a respeito do futuro aumento na alíquota de contribuição do Cemig Saúde, plano de assistência médica ofertado aos eletricitários.

A ata da reunião das entidades de classe será entregue aos deputados estaduais nesta quarta-feira (19), durante reunião da Comissão do Trabalho da Assembleia. Segundo apurou O Fator, o documento reivindica uma cobrança formal à Cemig por causa do cancelamento da agenda — o que, na visão dos sindicatos, foi fruto de decisão da estatal.

Na semana passada, Emerson Andrada, coordenador-geral do Sindieletro, disse à reportagem que a Cemig a estatal questionou o número de representantes designados pelas entidades de classe. Depois, segundo o dirigente, a companhia teria apontado dificuldades para acomodar, em uma sala no edifício-sede, todos os participantes da reunião. Ainda conforme Andrada, a empresa problematizou o fato de alguns dos indicados para o encontro não serem ligados ao Sindieletro.

Interlocutores da Cemig, por sua vez, asseguram que a lista de componentes da reunião não foi previamente acordada. Ainda segundo fontes da estatal, houve divergências quanto à participação de parlamentares na mesa de negociação, uma vez que, para a conversa da semana passada, foram chamados apenas os deputados Leleco Pimentel (PT) e Professor Cleiton (PV), de oposição ao governador Romeu Zema (Novo).

Em que pese o conflito de versões, o deputado Betão (PT), que preside a Comissão do Trabalho da Assembleia, afirmou a O Fator que vai acionar a Cemig para buscar explicações sobre o caso.

“Em audiência (pública) no dia 12 de março, o presidente da Cemig, Reinaldo Passanezi, e o presidente da Cemig Saúde, Anderson Ferreira, se comprometeram a realizar quantas reuniões fossem necessárias para resolver a situação. Está gravado. Vamos retomar essa fala porque é inadmissível os trabalhadores buscarem uma solução e darem com a cara na porta sem justificativa plausível para não ocorrer a reunião. Vamos continuar com o processo de negociação”, afirmou.

Entenda o impasse 

O imbróglio em torno do aumento no plano de assistência médica dos trabalhadores não gira apenas em torno do aumento, para 60,5%, da alíquota paga pelos funcionários. Sindicatos também têm questionado o fim da contribuição patronal. 

Na semana passada, Passanezi atribuiu o encerramento dos repasses feitos pela companhia ao fim de um acordo firmado com os sindicatos. Conforme o executivo, a companhia tenta, desde 2021, renegociar o trato — sem sucesso. O imbróglio gerou a busca por conciliação na esfera judicial, o que também não encontrou êxito. Diante da situação, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) extinguiu o acordo.

Anderson Ferreira, por sua vez, afirmou que a adoção do índice de 60,5% configura “variação igual ou menor à do mercado de planos de saúde”.

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