Acusada de racismo, ex-candidata a vereadora de BH é presa após ‘fugir’ de citação presencial em ação

Justiça fez diversas tentativas de localizar Juliana Gallindo e o marido, Gustavo Henrique Neves
A advogada e consultora eleitoral Juliana Gallindo
A advogada e consultora eleitoral Juliana Gallindo. Foto: Redes Sociais/Reprodução

Presos preventivamente por acusação de racismo, a advogada Juliana Gallindo, que se candidatou à Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) neste ano pelo PL, e o marido, Gustavo Henrique Neves de Oliveira Moura, foram detidos após tentativas frustradas da Justiça de encontrá-los para citação pessoal a respeito do caso. 

O mandado de prisão contra Juliana e Gustavo foi cumprido nessa terça-feira (26). A acusação sobre eles remonta a 2017. A denúncia foi apresentada por funcionários do PMN, partido em que os réus atuavam à época. 

Documentos obtidos por O Fator mostram que, desde o ano passado, a Justiça emitiu 12 mandados a fim de tentar citá-los no processo. Foram feitas tentativas de localizar Juliana e Gustavo em endereços nos bairros Santo Agostinho (Centro-Sul) e Buritis (Oeste), bem como na Pampulha. 

Ao decretar a prisão preventiva dos acusados, a juíza Maria Isabel Fleck, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte apontou que foram realizadas diversas tentativas frustradas de citação dos processados

“Esgotados os endereços disponíveis, os acusados foram citados por edital e não se manifestaram nos autos durante o prazo previsto. Assim, haja vista o risco à aplicação da lei penal, pressuposto previsto no artigo 312 do CPP, necessária a decretação da prisão preventiva dos acusados. Os requisitos previstos no artigo 313 do Código de Processo Penal estão igualmente preenchidos, considerando que os processados foram denunciados pela prática do delito previsto no artigo 20, caput, da Lei 7.716/89, em concurso material de crimes”, lê-se em trecho da sentença.

A defesa de Juliana e Gustavo, por seu turno, pediu o relaxamento da prisão preventiva. Segundo os advogados, não houve tentativa de localizá-los no endereço em que residem atualmente. De acordo com a defesa, os acusados “nunca se furtaram a comparecer em juízo”. 

A reportagem tentou contato com o escritório de advocacia e consultoria eleitoral de Juliana Gallindo por meio de um telefone disponível no site da empresa, mas não houve sucesso. Em caso de retorno, este texto será atualizado 

Meio milhão de verba eleitoral

Como mostrou O Fator em outubro, Juliana Gallindo recebeu R$ 580 mil do PL para bancar os custos de sua campanha a vereadora. Apesar do aporte, ela conseguiu apenas 520 votos.

A injeção financeira do partido foi superior às cifras recebidas por Pablo Almeida, também filiado ao PL e campeão de votos em Belo Horizonte.

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