Após anúncio de apoio a Gabriel, presidente nacional do PSB diz que partido não bateu martelo sobre eleição em BH

A O Fator, Carlos Siqueira afirmou que alianças em capitais e cidades com segundo turno precisam de aval da direção nacional
Gabriel Azevedo e Paulo Brant
Gabriel Azevedo e Paulo Brant lançaram pré-candidaturas à PBH, mas se uniram recentemente (Abraão Bruck/CMBH e Luiz Santana/ALMG)

Com Guilherme Peixoto

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse, nesta terça-feira (11), que o partido ainda não definiu o caminho que tomará na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A declaração, dada a O Fator, foi feita quatro dias após o pré-candidato a prefeito da legenda, Paulo Brant, ser anunciado como vice na chapa de Gabriel Azevedo, pré-candidato do MDB.

“A decisão sobre alianças nas capitais e cidades de segundo turno é da direção nacional. Até este momento não há decisão sobre a aliança em Belo Horizonte. Temos discussões com vários partidos. Só vamos decidir com quem o PSB vai fazer aliança depois do dia 20 de junho. Em consequência, ninguém está autorizado a anunciar aliança com quem quer que seja”, afirmou Siqueira.

Paulo Brant, por sua vez, disse à reportagem que mantém a ideia de caminhar ao lado do emedebista na eleição deste ano.

“Dei minha palavra a Gabriel e ele é o meu candidato a prefeito. Eu tenho uma palavra só. Desde o anúncio, só recebi mensagens positivas parabenizando a decisão aqui na cidade. Espero que o partido não me impeça de aceitar este convite. Gabriel me informou que a direção nacional do MDB está em diálogo com a direção nacional do meu partido para viabilizar essa parceria”, falou.

A costura que uniu Gabriel, presidente da Câmara Municipal, a Brant, ex-vice-governador de Romeu Zema (Novo), foi fechada na semana passada. O MDB e o PSB têm boa relação em Belo Horizonte. Prova disso é que formam um bloco suprapartidário de vereadores.

Procurado pela reportagem, o deputado estadual Noraldino Júnior, presidente do PSB em Minas, disse que a decisão dos rumos do partido em BH será tomada pela direção nacional. Apesar disso, afirmou que irá a Brasília (DF) a fim de se reunir com Siqueira a respeito do tema.

Pressão do PT

Como já mostrou O Fator, a aliança MDB-PSB não foi bem recebida por lideranças da esquerda nacional. Um dos temores vem do PT, que tenta levar o apoio dos socialistas à pré-candidatura do deputado federal petista Rogério Correia.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a fazer contato com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira para tratar do tema.

O Fator apurou que uma das ponderações feitas por Siqueira a Paulo Brant foi que as executivas nacionais do PT e do PSB ainda tentavam acertar um acordo que envolveria candidaturas em Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. O anúncio da aliança Gabriel-Brant, neste contexto, teria criado embaraços às negociações.

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