‘Assunto não existe no mundo real neste momento’, diz presidente do PSDB mineiro sobre fusão com PSD    

Federação entre PSDB e Cidadania não deve se renovar para as próximas eleições presidenciais; tucanos discutem novos caminhos
O deputado Paulo Abi-Ackel
Paulo Abi-Ackel é o presidente do PSDB em Minas. Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

Presidente do PSDB em Minas Gerais, o deputado federal Paulo Abi-Ackel diz que a possibilidade de fusão ao PSD “não existe no mundo real neste momento”. A O Fator, o dirigente afirmou que a prioridade dos tucanos em 2025 será se fortalecer para a disputa presidencial no ano que vem. Os debates sobre um eventual “casamento” entre os pessedistas e o PSDB ganharam força na virada do ano — o também deputado federal Aécio Neves chegou a confirmar publicamente a hipótese.

“Esse assunto não existe no mundo real nesse momento. Em fevereiro, o PSDB vai tratar do fortalecimento do centro político para as eleições de 2026, e com esse objetivo vamos avaliar diversas alternativas, inclusive a de não federar ou fundir, tendo nesse caso apenas o acordo em torno de um único candidato (a presidente)”, apontou Abi-Ackel.

Em 11 de janeiro, Aécio, por sua vez, ao confirmar que o PSDB mantém conversas oficiais sobre federações e fusões com outras legendas, citando PSD, MDB, Solidariedade e Podemos.

“Eu quero somar com forças que estejam dispostos a trocar cargos e postos de poder por um projeto de Brasil. Não queremos ser mais um número na contabilidade de nenhum partido político, nós queremos discutir com quem esteja disposto a se desvincular desses 2 extremos”, definiu, à ocasião.

‘Discussão embrionária’

Já o presidente do PSD em Minas, o deputado estadual Cássio Soares, defende que a decisão seja tomada com tempo para que os partidos discutam internamente os aspectos que resultariam de uma possível fusão.

“A discussão ainda é embrionária. Exige cautela e um olhar atento, já que uma possível fusão entre dois partidos de grande representatividade, como o PSD e o PSDB, carrega certa complexidade. É preciso considerar os interesses, valores e objetivos de ambas as siglas. Esse é um processo que requer ampla análise e diálogo entre as lideranças para entender os impactos tanto no cenário estadual quanto nacional”, analisou.

O PSDB, vale lembrar, compõe uma federação com o Cidadania até o ano que vem. No modelo, os partidos precisam caminhar juntos em termos eleitorais, como se fossem uma agremiação única. Dirigentes do Cidadania, entretanto, já manifestaram a intenção de não renovar o compromisso.

No plano nacional, as duas legendas têm orientações distintas. Enquanto os tucanos marcam posições contrárias a atos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os pessedistas têm espaço na Esplanada dos Ministérios. Um dos principais nomes do PSD em Minas, inclusive, é Alexandre Silveira, chefe da pasta de Minas e Energia.

Outro cenário

Caso as conversas entre PSDB e PSD não avancem, a possibilidade de uma fusão entre os tucanos e o MDB seria bem recebida pelo deputado federal Newton Cardoso Jr., presidente do diretório emedebista em Minas.

“É sempre bom lembrar que o PSDB nasceu dentro do velho MDB, na década de 1980. Hoje temos um cenário diferente, em que a possível união desses dois partidos fortaleceria o processo democrático nacional. Portanto, vejo com bons olhos esse debate”, avaliou.

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