O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, segue provocando impactos nas famílias atingidas cinco anos após o desastre. Pesquisa realizada pelo Instituto Guaicuy aponta que a tragédia ocasiona, ainda, crises econômicas, sociais e impacta nas relações familiares e comunitárias.
Os dados fazem parte de um estudo que verificou os impactos do rompimento da Barragem Mina Córrego de Feijão, da Vale, em Brumadinho, na Grande BH. O desastre, que matou 272 pessoas, completa cinco anos em 25 de janeiro. A pesquisa aconteceu nas regiões de Pompéu, na Região Centro-Oeste de Minas, Curvelo, e Três Marias, na Região Central de Minas Gerais. Além de comunidades que são banhadas pelo Rio São Francisco.
O contato do rejeito de minério com a água impactou na qualidade de vida e no nível de consumo das famílias. Atividades como a pesca, o turismo, além da criação de animais e a agricultura, foram paralisadas. Essas restrições produtivas e comerciais ocasionaram a deterioração de maquinário e equipamentos, além das perdas de estoque.
As famílias passaram a conviver com o custo maior , principalmente, na alimentação. O Instituto Guaycui aponta que, a maioria das pessoas, após o rompimento da barragem, perdeu seus sistemas produtivos e se viu obrigada a comprar os alimentos que antes eram produzidos para o autoconsumo.
“Algumas famílias disseram que continuam se alimentando do pouco da produção que restou, porém, não se sentem seguras em relação à qualidade desses alimentos. Outra questão foi a perda da diversidade na alimentação, já que muitas famílias não têm condições financeiras de comprar tudo aquilo que era produzido. Dessa forma, precisam, hoje, escolher alguns produtos em detrimento de outros”, aponta o estudo.