Defensores da causa animal e denunciado por caça de capivaras são eleitos pelo mesmo partido em Juiz de Fora

Partido teve defensor do bem-estar animal como puxador de votos do PSB, também vereador abordado por policiais com animais abatido
Em 2015, vereador foi abordado por uma patrulha da Polícia Militar do Meio Ambiente, com quatro animais silvestres abatidos: três capivaras e um jacu | Foto: Divulgação Câmara Municipal de Juiz de Fora

A bancada do PSB que integrará a próxima legislatura da Câmara Municipal de Juiz de Fora, Zona da Mata mineira, será marcada pela diversidade de perfis, indo de vereadores ligados à causa da proteção animal a um parlamentar com histórico de caça.

O vereador mais votado de Juiz de Fora, Vitinho, é filiado ao PSB. Ele obteve 14.879 votos e se notabiliza pela atuação no resgate e na assistência a animais abandonados — seus perfis em redes sociais são cheios de publicações sobre as ações de resgate. A bancada da legenda terá, também, Kátia Franco, que conseguiu o apoio de 3.778 eleitores e fez uma campanha pautada na promoção do bem-estar animal.

Apesar disso, a chapa do partido elegeu um terceiro vereador com histórico oposto à atuação de Vitinho e Kátia. Trata-se de João Evangelista de Almeida, mais conhecido como João do Joaninho. Em 2015, ele foi abordado por uma patrulha da Polícia Militar do Meio Ambiente em uma embarcação na barragem de Chapéu D’Uvas, com quatro animais silvestres abatidos: três capivaras e um jacu.

No Boletim de Ocorrência, a 4ª Companhia da Polícia Militar Independente de Meio Ambiente e Trânsito registrou o caso como prática de caça profissional consumada. Ainda segundo o documento, o vereador teria pedido aos militares para buscar documentos em um carro às margens da represa e fugido.

Por causa da grande repercussão do caso, João do Joaninho renunciou ao mandato. Ele foi réu em ação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e respondeu por crimes contra a fauna e desobediência. Estes dois, porém, estão prescritos.

‘Três defensores da causa animal’

Em resposta a O Fator, João do Joaninho disse que sempre houve um “réu confesso” no caso das capivaras. Ele afirmou estar acompanhado de outro homem, que assumiu a posse dos animais abatidos e da arma de fogo à ocasião da abordagem dos policiais.

“Nunca quiseram ver a verdade. Só queriam falar de mim”, apontou.

Sobre a composição da bancada do PSB na próxima legislatura, Joaninho garantiu que o partido também terá, em seu mandato, uma via de defesa da causa animal.

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