Deputados do RJ adiam votação de projeto que aumenta bancada de MG

Em debate acalorado, parlamentares do RJ criticaram a proposta, apoiada por deputados do AM e PA
Laura Carneiro na CCJ
Laura Carneiro (PSD-RJ) apoiou a retirada de pauta na CCJ. Reprodução/TV Câmara/YouTube

Os deputados federais Marcelo Crivella (Republicanos) e Chris Tonietto (PL), ambos do Rio de Janeiro, pediram na tarde desta quarta (27) a retirada de pauta na CCJ do projeto de lei que atualiza os tamanhos das bancadas dos estados de acordo com o Censo 2022, mas o requerimento fracassou por 22 x 28.

Logo depois da votação, deputados do mesmo estado pediram vista, adiando a votação. O pedido de vista não é votado.

Pelos termos do projeto, o RJ será o estado mais prejudicado, perdendo quatro cadeiras. Pará e Santa Catarina ganhariam quatro cadeiras cada. Minas ganharia uma cadeira.

Santa Catarina é o estado da presidente da CCJ, Caroline de Toni, e do autor do projeto, Rafael Pezenti.

O coordenador da bancada do Rio, Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), foi o primeiro a falar na sessão de hoje.

“Não quero aqui discordar do propósito do projeto”, disse Aureo. Ele acrescentou, porém, que o Censo 2022 é “questionado por diversos prefeitos” do Brasil. “Tem cidade que tem mais eleitores do que moradores”, disse.

Capitão Alberto Neto (PL-AM), o relator, defendeu o projeto como legítimo. “É uma questão simples de matemática”, disse. Pelo projeto, o Amazonas ganharia duas cadeiras. “A gente precisa enfrentar esse tema”.

Laura Carneiro (PSD-RJ) respondeu. “Essa não é uma matéria que a gente simplesmente, por uma questão pessoal, pode votar nesse afogadilho. Isso é criminoso”.

A deputada acrescentou: “Cê tá falando que o povo do Rio de Janeiro pode perder quatro representações na hora de defender os seus interesses”.

Éder Mauro (PL-PA) também falou exaltado. “Injustiça, principalmente com os estados do Norte, nós não podemos aceitar (…) há 10 anos o Pará tem quatro vagas roubadas dele (…) Ou a pessoa, o homem, a mulher do Pará e do Amazonas, vale meio? Não podemos aceitar isso (…) Se não decidir aqui, nós vamos pro Supremo sim!”.

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