Disputa entre Rogério Correia e Reginaldo Lopes no PT mineiro tem novo capítulo

Marcado para 2025, processo de eleições dentro do PT indica disputa acirrada em Minas Gerais
Os deputados Reginaldo Lopes e Rogério Correia
Nos bastidores, Reginaldo e Rogério divergiram sobre rumos do PT na eleição em BH. Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara

O embate entre os deputados federais Rogério Correia e Reginaldo Lopes nas instâncias internas do PT ganhou mais um capítulo. Os parlamentares têm levado a público suas divergências desde setembro. O último ato do imbróglio aconteceu no último dia 9, quando Rogério assinou, no site Brasil 247, o artigo: “Para onde o deputado Reginaldo Lopes quer avançar”?

No texto, o parlamentar acusa o companheiro de bancada de agir como um “porta-voz do PT de centro” : “Recentemente, (Reginaldo) tuitou uma pérola liberal propondo ao governo do presidente Lula otimizar a gestão e garantir que as despesas obrigatórias se ajustem ao arcabouço fiscal. Bonito, né?”, escreveu.

Rogério ainda afirma que Reginaldo Lopes apoiou, desde a pré-campanha, a reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD), contrariando a decisão do partido de candidatura própria — encabeçada por Rogério. Coincidência ou não, os dois deputados federais tiveram resultados parecidos na disputa pela PBH. Em 2016, Reginaldo Lopes ficou com 7,2% dos votos. Já em 2024, Rogério Correia obteve 4,3% dos votos.

Em resposta a O Fator, a assessoria do deputado Rogério Correia informou que “Rogério e Reginaldo são de grupos diferentes no PT desde a fundação do partido”.

A reportagem também procurou Reginaldo Lopes.

“Minhas críticas são direcionadas ao fortalecimento do meu partido, que desejo ver cada vez mais sólido, e, acima de tudo, à melhoria da qualidade de vida de todos os mineiros e brasileiros. Não se trata de disputa partidária pessoal, mas de um verdadeiro projeto de nação”, disse, por meio de sua assessoria.

Procurado, o presidente do PT de Minas Gerais, deputado estadual Cristiano Silveira, buscou minimizar um possível desgaste com a disputa pública entre os dois parlamentares. “As divergências internas fazem parte da história do PT, e foi com essa construção coletiva e democrática que o nosso partido venceu cinco eleições presidenciais. Cada filiado tem o direito de manifestar suas posições individuais, preservando sempre o respeito às decisões oficiais da direção partidária”, afirmou Silveira.

Como a reportagem já mostrou, o pano de fundo para o embate é a eleição interna para definir o novo presidente estadual petista. A disputa está marcada para o ano que vem.

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