O Fator

Kertzman, opinião: Nikolas tem a solução para o Brasil: testosterona

Sou radicalmente contra este “status quo” que nos domina, onde bolsonarismo e lulopetismo, de opositores não têm nada

Deputado Federal Nikolas Ferreira, sempre tão profundo quanto um pires
Deputado Federal Nikolas Ferreira, sempre tão profundo quanto um pires (Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados)

Em ato “pela liberdade” no Rio de Janeiro, neste 21 de abril, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), tão profundo quanto um pires – como sempre, aliás -, anunciou, aos berros, a solução para o País: homens com testosterona!

Sim, segundo o pensador, “nada de leis, nada de projetos, nada de emendas”, apenas homens como Bolsonaro, Malafaia e Musk. E ele, é claro. Ufa! Que bom. Dormirei tranquilo por saber que o futuro da minha filha está finalmente garantido.

LIBERDADE

Questiono sempre o conceito de liberdade para essa gente: abolição do Estado de Direito; violência, inclusive física e assassinatos, contra eleitores do Lula; correr com uma arma pelas ruas de São Paulo atrás de um rapaz preto; atirar granadas contra a PF.

Ou seria a liberdade de “expulsar” de Belo Horizonte os homossexuais? Quem sabe, proibir uma jovem trans de frequentar banheiro (feminino e masculino) de escola, restando a opção, portanto, de fazer xixi na calça? Liberdade para “exterminar a esquerda”, talvez?

BOLSOPETISMO

Não é novidade para ninguém que me conhece e me acompanha nestes mais de 8 anos de comunicação (Estado de Minas, Portal UAI, Revista e Site Istoé, Rádio Itatiaia, Rede 98, Revista Encontro, O Fator) meu posicionamento político.

Sou radicalmente contra este “status quo” que nos domina, onde bolsonarismo e lulopetismo, de opositores não têm nada. São irmãos siameses, almas gêmeas do extremismo. Um não vive sem o outro; um alimenta-se do outro

ISENTÃO

Pessoas como eu, para essa gente tão “qualificada” intelectualmente, são chamadas de isentões. Você não segue o berrante em ordem unida? Então é um isentão. Você não defende ou ataca “fascistas” e “comunistas”. Então é isentão.

Ser equilibrado, pensar o País – e no País -, defender a pluralidade, ainda que criticando os matizes, aceitar, ainda que contrapondo, o contraditório, buscar o confronto de modo civilizado, ainda que duro, são características repulsivas aos extremistas de plantão.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Em breve, teremos eleições para vereadores e prefeitos por todo o País. Em Belo Horizonte, o quadro encontra-se completamente indefinido. Das pré-candidaturas já postas, uma pertence ao espectro da chamada extrema direita: Bruno Engler.

Deputado estadual pelo PL, segue a cartilha do bolsonarismo clássico: profundamente ignorante e raso sobre quase tudo, incapaz de apresentar ideias e pensamentos que façam diferença ao estado e a população, dedica-se, exclusivamente, às pautas ideológicas.

ESQUERDA FRAGMENTADA

Lado oposto do extremismo, Duda Salabert (PDT) e Bella Gonçalves (PSOL). Rogério Correia (PT), péssimo – assim como as duas acima – na minha opinião, não pode ser qualificado como extremista, ainda que faça força para chegar lá.

Se a esquerda está de um lado, estou do outro. Mas se o outro é o bolsonarismo, então, a única maneira de me manter equidistante é ou mudar de planeta ou me sentar ao centro. Mas se eu fosse “canhoto”, a última coisa que faria seria minar… o centro!

OPOSIÇÃO BURRA

Neste sentido, é mais do que contraproducente os ataques destes três pré-candidatos ao atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman. Porém, se diferentes, estariam fazendo tudo aquilo que historicamente a esquerda não faz: pensar no bem comum.

O adversário a ser batido pela esquerda não é Fuad, mas Engler. Ou Duda, Bella e Rogério preferem uma cidade com mais, como é mesmo, testosterona? A pergunta é meramente retórica, claro, porque, no fundo, todos eles não preferem nada, a não ser a si mesmos.

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Encontro contou com a presença de dirigentes do partido e parlamentares do Congresso