Fiasco nas eleições, Duda ataca solução viária para o Belvedere 

É impressionante como certos parlamentares desprezam o todo e atentam-se apenas à parte, por fins meramente eleitoreiros
A deputada federal Duda Salabert
Duda Salabert (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), que do alto da absurda legislação eleitoral brasileira se permite relativizar os votos de seus eleitores como quem troca de roupa íntima todas as manhãs, já que abandonou a vereança da capital mineira e se mandou para o Congresso Nacional em Brasília – com todas aquelas benesses indecorosas -, alegando medo de morar em Belo Horizonte por conta de supostas ameaças, e no ano passado, outra vez deu de ombros para seu eleitorado e tentou a chefia do executivo da cidade, sendo humilhada nas urnas por um vexatório quinto lugar, mas continua muito bem empregada, obrigada, já que, repito, a legislação eleitoral não prevê a perda do cargo para derrotados em eleições, costuma dar as caras quando fareja ganhos políticos fáceis sobre temas complexos.

A hoje deputada não titubeou quando liderou um movimento de sedizentes ambientalistas, que paralisou um importante empreendimento imobiliário às margens da Avenida Barão Homem de Melo, que previa, dentre outros benefícios à comunidade, a construção de uma praça e a recuperação de vias locais. Igualmente, não poupou esforços para tentar impedir a realização da etapa mineira de Stock Car, também ano passado, um estrondoso sucesso comercial, de público, de organização e de projeção de Belo Horizonte para o resto do Brasil e o mundo. No primeiro caso, infelizmente, a pressão intelectualmente desonesta logrou efeito e a obra foi parar na Justiça. No segundo, felizmente, imperou a razão e exceto por dois ou três peixinhos com problemas psicológicos, tudo correu muito bem. 

Ranço ideológico

Agora, Duda mira seu canhão leviano para a divisa de Belo Horizonte e Nova Lima, notadamente a região do Belvedere, Vila da Serra e Vale do Sereno, no intuito de paralisar um brilhante projeto urbanístico que dará lugar ao tão sonhado parque linear da região, acrescido de uma área de preservação natural permanente gigantesca e de vias modernas e rápidas para o escoamento do trânsito caótico que inferniza a vida de milhares de pessoas que se deslocam diariamente de Nova Lima, Raposos, Honório Bicalho e Rio Acima rumo a Belo Horizonte em busca de trabalho, estudo e tratamento médico. Por quê? Bem, porque Duda desconsidera o sofrimento de milhares de pessoas e prefere a lacração política fácil por conta de três comunidades quilombolas que supostamente “não foram ouvidas”.

Sim, é isso mesmo. As pessoas que sofrem duas, três horas diárias no deslocamento entre BH e Nova Lima, os doentes que não alcançam os hospitais da região, os estudantes que não chegam a tempo para as aulas, os comerciantes que amargam prejuízos, enfim, todos se danem, porque a valente acredita que tudo – anos de estudos, idas e vindas, debates e audiências públicas, projetos técnicos, duas prefeituras envolvidas, o Ministério Público de Minas Gerais e o Ministério Público Federal, a União, empreendedores, ambientalistas, arquitetos etc. – não passa de um plano maléfico para a “criação de uma nova saída para carrões de condomínios de luxo que foram construídos irregularmente, como o bairro Bellágio, que, agora, está prestes a ganhar uma rodovia para chamar de sua”.  

Todos errados, menos ela

Eis aí, e suas palavras não mentem, a motivação da militante de esquerda Duda Salabert: o eterno preconceito contra “mega empreendimentos bilionários”. É que o dinheiro que ela ganha cai do céu, sabem? Não é fruto dos impostos destes mega empreendimentos, não. É fruto de geração espontânea; água e amor! Todo o conjunto de agentes públicos e privados descrito acima está errado, e certa está a deputada que, como durante a campanha eleitoral municipal, desfila acusações sem provas e sem números e dados que as embasem. Agiu assim, “a torto e a direito”, contra o prefeito Fuad Noman (PSD) nas eleições, e depois, fora do segundo turno, correu para negociar apoio eleitoral. É um show de honestidade ideológica e coerência de pensamento esta senhora, não é mesmo?

Ministério Público e prefeituras de Belo Horizonte e Nova Lima se manifestaram e desmentiram as alegações de Salabert. O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) foi oficiado pela parlamentar, que espera ver o projeto paralisado. Duda alega que 20 famílias vulneráveis podem ser prejudicadas por suposta falta de um “plano de reassentamento”. É impressionante como certos parlamentares desprezam o todo e atentam-se apenas à parte, por fins meramente eleitoreiros, desconsiderando prejuízos incalculáveis – no caso, milhares de moradores e trabalhadores. Espero, sinceramente, que esta não seja mais uma barreira e mais um motivo de atraso. Não é justo que os afetados pelo trânsito caótico local padeçam, enquanto gente que aparece na região uma vez na vida e outra na morte saia lucrando de alguma forma.

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