O Partido Liberal (PL) vai desembarcar de um dos blocos parlamentares de apoio ao governo Zema na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e atuar como bancada. O martelo foi batido em reunião nesta terça-feira (4).
Na Assembleia, os deputados governistas se dividem em dois blocos parlamentares. O que tinha a presença do PL, batizado de “Avança Minas”, contava ainda com filiados a partidos como MDB, Cidadania, PSDB e Solidariedade.
O PL tem 11 deputados na Assembleia. O líder da bancada deverá ser Bruno Engler, que concorreu a prefeito de Belo Horizonte no ano passado. Em 2022, o partido já havia atuado como bancada, sem fazer parte de nenhum bloco.
A cada dois anos, os deputados ganham prazo para reorganizar os blocos parlamentares. Neste momento, nenhuma coalizão está em funcionamento na Assembleia, o que deve acontecer ao longo deste mês.
Para ser reativado, o “Avança Minas” terá de receber parlamentares de ao menos um partido do outro bloco governista, o “Minas em Frente”, já que, sem o PL, o ajuntamento fica sem o mínimo de 16 deputados.
Histórico de embates
Uma ala do PL mais identificada com o ex-presidente Jair Bolsonaro já vinha defendendo, há algumas semanas, a saída do “Avança Minas”. A ideia era criar um bloco parlamentar com outro partido de orientação conservadora, como o Republicanos, ou atuar isoladamente como bancada.
As divergências, entretanto, não estiveram resumidas a embates internos. A federação PSDB-CIdadania, por exemplo, cogitou deixar o bloco em caso de permanência do PL. Isso porque os liberais apoiaram a candidatura de Juliano Lopes (Podemos) para a presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), enquanto outros partidos do bloco da Assembleia, caso do Cidadania e os tucanos, caminharam com Bruno Miranda (PDT), candidato de Fuad Noman (PSD).
À ocasião, a avaliação era de que seria incoerente permanecer em uma coalizão estadual que conta com partidos que pensam diferente no âmbito da capital.