Projeto que entrega gestão de hospitais da Fhemig ao terceiro setor já pode ser votado por deputados

Governo Zema tenta, desde março, emplacar proposta na Assembleia Legislativa, ainda sem consenso
Foto mostra o Hospital Antônio Dias, em Patos de Minas
Mudança no modelo de gestão dos hospitais da Fhemig vem sendo discutida há meses na Assembleia. Foto: Fhemig/Divulgação

O projeto de lei que muda o modelo de gestão dos hospitais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) já pode ser votado em 1° turno no plenário da Assembleia Legislativa. Nesta quinta-feira (24), a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Casa aprovou a proposta, permitindo que o texto seja analisado pelo conjunto de deputados estaduais.

A ideia, apresentada pelo governador Romeu Zema (Novo) em março, é a criação do Serviço Autônomo de Gestão Hospitalar (SSA-Gehosp), autarquia do terceiro setor, mas com vínculo ao poder público, que teria a tarefa de administrar as casas de saúde.

O serviço autônomo é um modelo paraestatal e sem fins lucrativos. Caberia a Zema indicar o presidente e o vice-presidente do SSA-Gehosp. Se a proposta sair do papel, o primeiro hospital a mudar a estratégia de administração será o Alberto Cavalcanti, em Belo Horizonte. O equipamento é referência no acolhimento de casos oncológicos.

Até a semana passada, não havia acordo para a votação do projeto na Comissão de Fiscalização Financeira. Deputados de oposição, inclusive, vinham fazendo críticas à entrega da gestão hospitalar a uma entidade paraestatal, enquanto o Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG) chamou a proposta de inconstitucional.

Nesta quinta-feira, os oposicionistas continuaram marcando posição contrária à proposta. Beatriz Cerqueira (PT) votou por rejeitar a ideia na comissão, mas os votos dos governistas Zé Guilherme (PP), Raul Belém (Cidadania), João Magalhães (MDB) e Rafael Martins (PSD) permitiram o avanço na tramitação.

Em que pese as críticas, interlocutores ligados ao governo afirmam que a adoção do novo modelo será positiva, pois permitirá que os servidores da Fhemig se debrucem sobre políticas públicas de saúde e não precisem estar voltados a questões administrativas dos hospitais.

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