Petistas mineiros estão com o sinal de alerta ligado para a eleição à Câmara Municipal de BH. Na avaliação de interlocutores do partido, o PT corre sério risco de não eleger nenhum vereador por conta da competitividade alta dentro da federação PT-PV-PCdoB e também pela ascensão de lideranças de esquerda em outros partidos, como o PSOL e o PDT.
No cálculo destes interlocutores, a preocupação passa, primeiro, pela dificuldade que os vereadores Pedro Patrus e Bruno Pedralva podem enfrentar para se reeleger – os dois entraram no mandato como suplentes, depois da renúncia de Sonia Lansky e da eleição de Macaé Evaristo como deputada estadual, e, enquanto homens héteros e brancos, podem não angariar a simpatia de boa parte da esquerda. Patrus é apoiado pela principal corrente interna do partido, a CNB. Já Pedralva é ligado ao deputado federal Rogério Correia.
O partido também deve apostar alto nas candidaturas do sobrinho-neto da ex-presidente Dilma Rousseff, Pedro Rousseff, na do ex-vereador Adriano Ventura, do sindicalista Robson dos Correios, apadrinhado pela deputada estadual Beatriz Cerqueira, e na sobrinha do ex-ministro Luiz Dulci, Luiza Dulci. O assessor parlamentar Dimitrius Chaves, ligado aos deputados Reginaldo Lopes e Cristiano Silveira, é outra esperança do PT.
Enquanto isso, o PV e o PCdoB se preparam para lançar candidatos com bases de voto sólidas. Os verdes, por exemplo, também contarão com dois parlamentares buscando a reeleição: Dr. Célio Frois, que tem apoio da classe médica e na região Centro-Sul, e Wagner do Sindjus, que deixou o PDT recentemente e tem força junto a sindicatos – ele também entrou na Casa como suplente. Já os comunistas apostam forte na ex-deputada Jô Moraes, que terá a candidatura turbinada com o apoio de nomes do partido que deixarão de se candidatar, e no ex-vereador Edmar Branco – oitavo mais votado em 2020 mas que, pelo quociente eleitoral do PSB, ficou de fora.
Por falar em aliados, há quem pontue que o receio dos petistas na possibilidade de não eleger nenhum vereador passe, na verdade, em uma “forçação de barra” de parte do PT para ter candidato próprio à PBH.