A justificativa para as vitórias ‘de goleada’ da Prefeitura de BH em votações na Câmara

Reeleito, Fuad Noman (PSD) tem conseguido aprovar projetos com boa margem no Legislativo; parlamentares analisam cenário
Vereadores Bruno Miranda e Fernanda Altoé
Lado a lado no plenário, os vereadores Bruno Miranda (PDT), líder do governo, e Fernanda Altoé do Novo, único partido que hoje se articula na oposição. Foto: Abraão Bruck/CMBH

Após conseguir aprovar em primeiro turno, por 35 votos a 4, a reforma administrativa na estrutura do poder Executivo de Belo Horizonte, o prefeito Fuad Noman (PSD) conseguiu nova vitória por goleada nesta segunda-feira (25), na Câmara Municipal. Por 37 a 3, os vereadores aprovaram, em votação final, um empréstimo de 50 milhões de euros (€) que a prefeitura pretende contrair para investir na expansão do Move na Avenida Amazonas, no Centro.

Vereadores ouvidos por O Fator afirmam que a reeleição de Fuad ampliou a força da prefeitura no relacionamento com a Câmara. Apesar disso, a oposição acredita que, em janeiro, quando a nova composição do Legislativo será empossada, as vozes antagônicas à administração do pessedista podem ganhar mais eco.

“Após o processo eleitoral, teve início um rearranjo dos grupos políticos na Casa. É evidente que o governo constatou essa movimentação, e por isso vários projetos vêm sendo aprovados com ampla maioria”, diz Bruno Pedralva, líder da bancada do PT na Câmara de BH.

Os três votos contrários ao empréstimo de 50 milhões de euros foram dados por parlamentares do Partido Novo. Ainda que sob outro viés, Bráulio Lara, um dos representantes da legenda na Casa, concorda que o governo Fuad vem se aproveitando da força política conquistada com a reeleição para conseguir aprovar projetos. Bráulio, entretanto, afirma que muitos projetos têm sido debatidos “a toque de caixa”.

A estratégia do Novo vem sendo a de tentar barrar, inclusive na Justiça, a reforma administrativa enviada pela Prefeitura de BH para a Câmara. 

“Nós continuaremos resistindo a estas votações a toque de caixa para aprovar projetos que custam milhões de reais aos contribuintes e não representam melhorias diretas para a população. Quando os novos vereadores assumirem seus mandatos, a partir de janeiro, certamente a oposição ganhará mais força na Câmara”, projeta.  

Entre os parlamentares que votaram a favor do empréstimo para viabilizar as intervenções na Avenida Amazonas, está Cláudio do Mundo Novo, do PL, partido do deputado estadual Bruno Engler, derrotado por Fuad no segundo turno. 

“A posição do nosso partido hoje é de votar cada projeto de acordo com o seu mérito. Não fazemos oposição por fazer. Na reforma administrativa meu voto foi contra, mas no caso da revitalização da Avenida Amazonas eu acredito que essa é uma demanda da população de BH, e não do governo”, explica. 

No que depender do presidente da Câmara, vereador Gabriel Azevedo (MDB), o ritmo das votações não irá diminuir em dezembro. 

“Não é minha intenção deixar para o meu sucessor na presidência um número expressivo de projetos pendentes. Caso seja necessário, teremos votações extraordinárias no último mês do ano”.

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