Julgamento virtual sobre dívida de Minas não foi erro do STF, e sim referendo da decisão de Nunes Marques

Governo Zema suspeitava que pauta havia sido incluída de forma errada
A inclusão da petição de Zema na pauta gerou otimismo entre interlocutores do Estado. Foto: Andressa Anholete/STF
Julgamento da liminar de Minas está previsto para acontecer no próximo dia 28. Foto: Andressa Anholete/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) esclareceu dúvidas sobre o julgamento virtual marcado para o período de 16 a 23 de agosto, referente à dívida de Minas Gerais com a União. Contrariamente às suspeitas do governo Zema, não se trata de um erro na pauta, mas sim do referendo à decisão do ministro Edson Fachin, que durante seu plantão prorrogou uma decisão anterior do ministro Nunes Marques até 1º de agosto.

O ministro Nunes Marques, em sua decisão mais recente, estendeu a suspensão do pagamento da dívida mineira até 28 de agosto, data em que ocorrerão os referendos conjuntos das decisões proferidas na Petição 12.074. Esta nova decisão, de certa forma, superou a questão do julgamento virtual, mas não o invalidou.

A última liminar sobre a dívida, concedida por Nunes Marques no dia 1º de agosto, mantém a interrupção da obrigatoriedade do governo mineiro em pagar as parcelas mensais do débito de R$ 165 bilhões contraído junto à União. Na mesma decisão, o ministro concedeu um prazo de 10 dias para que a Advocacia-Geral da União (AGU) se manifeste sobre o pedido da equipe jurídica do governador Romeu Zema (Novo) por uma audiência de conciliação.

O governo de Minas propôs retomar as parcelas do débito a partir de 1º de outubro, nos moldes do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Esta proposta foi feita mesmo sem a aprovação do plano pela Assembleia Legislativa estadual, demonstrando a expectativa do Executivo por uma eventual homologação do RRF mineiro por parte do STF.

A proposta do governo mineiro é retomar os pagamentos em outubro, seguindo as regras do RRF. Isso significaria um desembolso mensal de cerca de R$ 300 milhões, em vez dos R$ 600 milhões que seriam devidos fora do regime especial.

A situação financeira de Minas Gerais é delicada, com um déficit orçamentário previsto de R$ 3,6 bilhões para 2023. O governo estadual argumenta que, sem a adesão ao RRF ou uma renegociação da dívida, o estado não teria condições de retomar os pagamentos integrais à União.

Leia também:

Zema diz a Haddad que Propag foi ‘mutilado’ por Lula e fala em ‘boicote’ do governo federal

Os detalhes da reforma administrativa articulada por Marília em Contagem

Impasse judicial deve empurrar definição de vaga para conselheiro do TCE de MG para 2026

Veja os Stories em @OFatorOficial. Acesse