Minas lidera ranking de cidades com mais eleitores do que habitantes no Brasil

Isso ocorre em cidades de pequeno porte, onde muitas pessoas migram para municípios maiores, mas mantêm o domicílio eleitoral.
Eleições Minas Gerais
Foto: Ilustrativa (Canva)

Minas Gerais se destaca no cenário eleitoral brasileiro como o estado com o maior número de municípios onde o eleitorado supera a população local. Segundo estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM), o estado concentra 212 das 845 cidades brasileiras que apresentam essa peculiaridade demográfica, representando um quarto do total nacional.

O fenômeno, que afeta 15% dos municípios do país, é particularmente pronunciado em Minas Gerais. De acordo com o levantamento, essa situação é mais comum em cidades de pequeno porte, com uma população média de 4,4 mil habitantes.

Em termos eleitorais, Minas Gerais possui o segundo maior colégio eleitoral municipal do país, com 16,5 milhões de eleitores, ficando atrás apenas de São Paulo. As mulheres representam 52,1% do eleitorado mineiro, ligeiramente acima da média nacional de 52%.

O perfil do eleitorado mineiro apresenta algumas particularidades:

  1. Escolaridade: 38% dos eleitores declararam possuir ao menos o ensino médio completo, abaixo da média nacional de 43%.
  2. Raça: 35% do eleitorado se declara branco, enquanto 64% se identifica como negro, uma proporção que difere da média nacional de 33% brancos e 65% negros.
  3. Faixa etária: Minas Gerais tem um dos maiores percentuais de eleitores idosos do país, com 25% do eleitorado acima de 60 anos, superando a média nacional de 22%. Em contrapartida, apenas 31% dos eleitores têm até 34 anos, abaixo da média brasileira de 33%.

O estudo da CNM aponta que o aumento de cidades com eleitorado maior que a população é um fenômeno relativamente recente. Durante a década de 2000, menos de 100 municípios se enquadravam nessa categoria. Para o pleito de 2024, houve um aumento expressivo de 71% em relação a 2020.

A CNM sugere que esse fenômeno pode estar relacionado a efeitos migratórios das cidades de pequeno porte, com moradores mudando-se para outros municípios ou estados por razões econômicas e educacionais, mas mantendo seu título eleitoral na cidade natal.

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