A cassação dos vereadores Wesley Moreira (PP) e César Gordin (Solidariedade) por decisão do TSE, na noite desta terça-feira (12), pode gerar uma mudança na geografia da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Tanto Wesley quanto Gordin eram membros da base do prefeito Fuad Noman (PSD) na Casa – Wesley por ser ligado à “família Aro”, e Gordin por ter boa relação com o Executivo.
No lugar dos dois vereadores, entram os suplentes Preto (União) e Professora Nara (Rede).
Há expectativa de que Preto integre a base de Fuad – quando foi vereador, entre 2009 e 2020, Preto chegou a ser líder de governo da gestão Marcio Lacerda, época em que Josué Valadão, hoje principal auxiliar político de Fuad, era secretário de Governo. Preto e Valadão ainda mantêm boa relação e, é bom pontuar, ele pretende ser candidato – e ter uma boa entrada no Executivo costuma ajudar a aparecer aos eleitores. A propósito, o ex-novo-vereador já atuou como assessor de Rodrigo Pacheco no Senado.
Já Professora Nara está nomeada como assessora no gabinete do presidente da Casa, Gabriel Azevedo (MDB). A informação fala por si, embora Nara, por questões partidárias, seja muito ligada ao ex-deputado Paulo Lamac, presidente estadual da Rede – e que tem boa relação com o prefeito Fuad.
Apesar das atenções do ano na Casa estarem voltadas para as eleições, ainda restam algumas sessões relevantes no plenário da Câmara.
Cassação
O TSE decidiu por unanimidade, por sete votos a zero, pela cassação da chapa do PROS – que acabou cassando os dois vereadores por consequência. Segundo a ação analisada na Corte, feita pelo ex-vereador Edmar Branco (PSB), a chapa montada pelo PROS contaria com candidatas “laranjas’’, colocadas com o objetivo de cumprir a cota de participantes femininas, e ligadas a assessores de Wesley.
Na peça inicial, Edmar Branco alegava que parte das candidaturas de mulheres do PROS à Câmara seriam falsas, com o intuito único de preencher a cota mínima da legislação eleitoral. O ex-vereador argumenta que boa parte das candidaturas supostamente fictícias seriam de pessoas ligadas a Wesley e assessores de seu gabinete.
É curioso notar que, no TRE-MG, a ação foi rejeitada por duas vezes.