A ausência da ministra do Meio Ambiente na assinatura da repactuação de Mariana

Crítica das negociações, Marina Silva estava nos Estados Unidos para evento do G20
No horário em que a cerimônia de assinatura da repactuação acontecia, a ministra participava de uma roda de debates da Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima. Foto: Planalto
No horário em que a cerimônia de assinatura da repactuação acontecia, a ministra participava de uma roda de debates da Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima. Foto: Planalto

O evento que selou a assinatura da repactuação do acordo de Mariana nesta sexta-feira (25), em Brasília, registrou uma ausência relevante: a ministra Marina Silva, chefe da pasta de Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Marina está desde segunda-feira (21) em Washington, nos Estados Unidos, para participar de um evento do G20 sobre Meio Ambiente. No horário em que a cerimônia de assinatura da repactuação acontecia, a ministra participava de uma roda de debates da Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima.

As redes sociais de Marina também não destacaram, em nenhum momento ao longo desta sexta, a assinatura da repactuação. Pelo contrário: a ministra fez questão de compartilhar reportagem jornalística que tratava sobre processos judiciais no exterior por conta de desastres – o julgamento na Inglaterra é visto antagônico ao acordo no Brasil, uma vez que é baseado, principalmente, na suposta falha das instituições brasileiras em levar Justiça aos atingidos. A foto compartilhada por ela era justamente de um indígena em Londres, palco da ação judicial que pede uma indenização bilionária à BHP Billiton, controladora da Samarco ao lado da Vale.

Nos últimos dois anos, a pasta de Marina Silva participou de todas as reuniões do governo federal sobre o acordo e chegou a ter uma estrutura específica, criada em 2023, para analisar as negociações pela repactuação de Mariana.

Internamente, no governo federal, Marina sempre foi vista como uma crítica da repactuação nos moldes em que foi construída. A ministra costumava pontuar, em reuniões em Brasília, que não abria mão que os rejeitos ainda presentes no Rio Doce fossem retirados. O tema emperrou as negociações por meses, até que as empresas cederam e aceitaram promover a retirada da maior parte do material. A propósito, durante sua fala no evento desta sexta-feira, Lula mencionou que as mineradoras farão a retirada dos restos de minério do rio.

Com o novo acordo, o ministério de Marina ficará responsável pela gestão de R$ 8,13 bilhões para criação do Fundo Ambiental da União.

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