Agenda de Lula em BH não deve ter gesto de apoio a nenhum pré-candidato a prefeito

Avaliação é que caráter institucional do evento, organizado pela Presidência da República, precisa ser mantido
Lado a lado, Lula e Rogério Correia posam para foto
Rogério Correia é o pré-candidato do PT, de Lula, em BH. Foto: Ricardo Stuckert

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Minas Gerais, a partir desta quinta-feira (27), deflagrou, nos bastidores políticos, conversas a respeito de um eventual aceno de Lula a respeito da posição que irá tomar na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Ao menos em público, o presidente não deve fazer gestos de apoio ao deputado federal Rogério Correia, pré-candidato do PT ao cargo.

“É um ato oficial do presidente da República. Não é um ato político do PT. Então, com certeza, não espero nenhum gesto de apoio. Ele não deve tocar nesse assunto de apoio em uma agenda oficial”, diz Rogério, a O Fator, ao projetar a postura de Lula na passagem pelo estado.

Depois de visitar Contagem, na Região Metropolitana, nesta quinta, Lula protagonizará um evento no Minascentro, em BH, na sexta-feira (28). A atividade foi organizada para que ministros de Estado possam falar sobre políticas públicas voltadas a Minas Gerais — o que reforça o tom institucional do desembarque da comitiva presidencial em solo mineiro.

Pré-candidato à reeleição, o prefeito Fuad Noman (PSD) foi convidado para comparecer à solenidade e, segundo apurou a reportagem, deve marcar presença. Fuad e Lula têm boa relação e, desde a posse do presidente, o pessedista tem feito agradecimentos públicos ao petista por causa da atenção a demandas da capital.

Apesar do bom trânsito entre Fuad e Lula, o prefeito afirmou, no início do mês, que, àquela altura, não havia conversado com o presidente sobre uma eventual união do PT ao PSD em BH. Apesar disso, avaliou a possibilidade de aliança com descrença.

“Não vejo, hoje, uma caminhada da esquerda em direção ao centro. Acho que terão candidato e vão lutar (por essa candidatura)”, apontou, à ocasião.

No entorno de Fuad, uma hipotética coligação com o PT não está descartada. Paralelamente, aliados do prefeito já abrem mão do apoio do partido de Lula e apontam uma vantagem nesse cenário: o peso da parcela antipetista do eleitorado não seria transferido à chapa do PSD.

Rogério quer Lula na campanha

De acordo com Rogério Correia, a agenda de Lula em BH será “ampla”. Políticos de diferentes matizes ideológicas foram convidados — outro empecilho a um eventual gesto público de apoio.

Apesar disso, o deputado federal quer Lula em sua campanha. Segundo ele, o presidente vai, inclusive, gravar vídeos endossando sua empreitada.

No início do mês, com o aval de Lula, Rogério costurou uma união ao Psol, que tem a deputada estadual Bella Gonçalves como pré-candidata. O plano é que um deles seja alçado à “cabeça” da chapa quando houver o afunilamento da corrida eleitoral.

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