A difícil decisão de Fuad: partido ou aliado

Chefe do Executivo se vê pressionado e teme perder aliado estratégico
A pré-candidatura até já foi lançada no mês passado, em evento que contou com a presença do ex-ministro Gilberto Kassab, mas, pelos acenos de outras lideranças do partido, o partido poderia tomar outro rumo nas eleições da capital caso o rompimento do prefeito com Aro não se concretizasse.
Fuad tem difícil decisão pela frente, segundo interlocutores na PBH (Foto: Divulgação/PBH)

Pressionado pelo próprio partido a exonerar nomes ligados ao secretário de Estado Marcelo Aro de cargos na administração municipal, o prefeito Fuad Noman (PSD) ainda não tomou uma decisão e estuda, com máxima cautela, as consequências de cada um de seus próximos passos frente à equipe de governo.

Segundo interlocutores ligados ao prefeito, Fuad precisou de Aro para manter a governabilidade na Câmara Municipal e firmou compromisso com o secretário até o fim de 2024. Entretanto, o atual chefe do Executivo depende do PSD para sua candidatura à reeleição.

A pré-candidatura, inclusive, foi lançada no mês passado, em evento que contou com a presença do ex-ministro Gilberto Kassab, mas, pelos acenos de outras lideranças do partido, o PSD poderia escolher rumo diferente nas eleições da capital caso o rompimento do prefeito com Aro não se concretize.

Ainda segundo esses interlocutores, o PSD estaria aguardando o prazo final da janela partidária – 6 de abril – para cobrar de vez a exoneração do secretário de Governo da PBH, Castellar Neto, considerado um dos principais homens de confiança de Aro. Se o corte for rejeitado, a candidatura do prefeito estaria ameaçada na convenção partidária, prevista para julho.

A grande questão no gabinete de Fuad, no entanto, é que, ao não apoiar sua reeleição, a estrutura política do grupo de Marcelo Aro poderia fortalecer um candidato rival – possivelmente o senador Carlos Viana, que poderá permanecer no Podemos, comandado pela deputada Nely Aquino, aliada de Aro.

Viana, até aqui, encontrou dificuldade para conseguir um partido com boa estrutura para sua candidatura, situação que ficaria resolvida se o Podemos embarcasse no pleito. O Fator apurou que, nas contas do grupo do secretário de Estado, serão cerca de 210 candidatos espalhados por cinco chapas partidárias diferentes à Câmara Municipal. Esses números animaram o comitê do senador.

Bem cotado nas pesquisas internas de candidatos à PBH, Viana poderia se viabilizar de vez com a estrutura partidária. A campanha do senador teria, ainda, outro grande incentivo para Aro apoiá-la: o suplente no Senado é Castellar Neto. Ou seja, se eleito prefeito, Viana ainda entregaria um mandato de dois anos no Senado ao grupo político do secretário de Estado.

A depender das próximas escolhas do prefeito Fuad Noman, os rumos da política mineira poderão sofrer reviravoltas inesperadas, inclusive para a disputa de 2026.

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