Nova proposta de mineradoras por repactuação de Mariana é ‘R$ 30 bi a menos do razoável’

Vale, BHP e Samarco apresentaram novo valor na negociação nesta semana
Bento Rodrigues, distrito de Mariana, foi um dos mais atingidos com a lama de rejeitos da barragem do Fundão
O rompimento da barragem de Fundão, em 2015, deixou 19 mortos e dano ambiental ainda incalculável. Foto: Agência Brasil

A nova proposta apresentada pelas mineradoras Vale, BHP Billiton e Samarco, nesta semana, para o acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, tem valor de pelo menos R$ 30 bilhões a menos do que almejam os negociadores da União e dos Estados de MG e ES.

As negociações estavam paradas desde dezembro, quando as empresas, depois de sinalizarem um aumento na proposta, mantiveram os valores e irritaram todos os interlocutores. Agora, o novo valor, enviado nesta semana, teve um acréscimo considerável – chegando na casa dos R$ 50 bilhões, mas ainda muito aquém do que esperam os negociadores.

“Faltam quase R$ 30 bilhões pra chegarem no que acreditamos ser o razoável”, diz uma fonte que acompanha as negociações. A repactuação de Mariana é negociada desde 2021. A União e os Estados de MG e Espírito Santo têm uma expectativa de que o acordo passe dos R$ 100 bilhões. As empresas, no entanto, sempre questionaram e, até esta semana, nunca haviam ofertado nem a metade deste número.

O Fator conversou com interlocutores do mercado de mineração. Na avaliação destes, pode ficar difícil que as empresas aumentem mais: o valor do minério de ferro está em queda e, consequentemente, também está a receita das mineradoras. Apesar do pessimismo da fonte, a BHP Billiton mostra ter muita bala na agulha: nesta semana, ofereceu 38 bilhões de dólares para comprar a operação de extração de cobre da Anglo American.

O rompimento da barragem de Fundão, em 2015, deixou 19 mortos e dano ambiental ainda incalculável.

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