O convite de Lula para se reunir com o governador Romeu Zema na tarde desta quarta-feira, em Brasília, tem como principal pano de fundo uma mobilização do presidente do Congresso, o senador Rodrigo Pacheco, para “marcar território” nas discussões sobre a dívida de Minas com a União.
Pelo que apurou O FATOR, o governo federal teria se incomodado com as tentativas de Zema em pedir diretamente ao Planalto uma reunião com Lula para tratar da dívida mineira sem comunicar ou consultar o senador, que apresentou uma proposta no final do ano passado para renegociar os débitos estaduais. A ideia de Pacheco é debater uma alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal, defendido por Zema.
Na avaliação de interlocutores do Planalto, o debate sobre a dívida do Estado só foi iniciado depois que Pacheco apresentou a proposta, sendo que Zema teria, nos últimos cinco anos, mesmo com Bolsonaro na presidência, não atuando no tema.
É esperado que, na reunião desta quarta, Lula comunique a Zema que o debate sobre a dívida mineira passe necessariamente pelo presidente do Senado, e que a proposta apresentada por Pacheco no ano passado, que envolve a federalização de estatais mineiras para reduzir a dívida, seja também encampada pelo Planalto.
Na semana passada, Zema chegou a enviar ofício ao Planalto solicitando uma reunião com Lula. Segundo o governador, o presidente da República teria afirmado, durante o encontro dos dois em Belo Horizonte, no início de fevereiro, que a reunião aconteceria depois que Lula retornasse de viagens internacionais. A propósito, o governo mineiro chegou a enviar ofício a Pacheco pedindo reunião para discutir a dívida também na semana passada.