MPF quer suspender atividades da Vale em empreendimento na Cava da Divisa

Órgão afirma que mineradora destruiu duas cavidades com a presença de fauna potencialmente rara
A Cava da Divisa está localizada entre os municípios de de Barão de Cocais e São Gonçalo do Rio Abaixo. Foto: Divulgação.

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou a suspensão das atividades do empreendimento da Vale na região da Cava da Divisa, entre os municípios de Barão de Cocais e São Gonçalo do Rio Abaixo, na região Central de Minas. Os ofícios foram encaminhados para a mineradora e para Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad).

Segundo o órgão, as atividades de supressão das cavidades naturais devem ser interrompidas para a proteção do patrimônio cultural, arqueológico e espeleológico. O MPF afirma que A mineradora destruiu duas cavidades naturais subterrâneas com a presença de fauna potencialmente rara.

“Até que sejam realizados e apresentados levantamentos detalhados da fauna cavernícola existente na área de influência do empreendimento, incluindo a identificação de possíveis espécies troglóbias raras – organismos restritos e adaptados ao ambiente subterrâneo –, que impactarão na avaliação de relevância das cavidades”, explica.

Os estudos deverão ser apresentados a Semad no prazo de 90 dias. Para a Secretaria, foi recomendada a suspensão das autorizações concedidas à Vale para supressão de cavidades naturais subterrâneas no âmbito do empreendimento, até que sejam realizados e apresentados os estudos recomendados pelo MPF.

Histórico

Em 2017, a Vale pediu a Semad licenças de instalação e operação para expansão, no sentido oeste, da Cava da Divisa — também chamada de Mina do Brucutu. A empresa informou a necessidade de supressão de 17 cavidades naturais subterrâneas, sendo 15 delas, até então, classificadas como de alta relevância e duas de média relevância.

No ano seguinte, a Semad autorizou a supressão das cavidades subterrâneas, exigindo apenas, a título de compensação, medidas de proteção para outras 30 cavidades em formação e o financiamento de pesquisas científicas.

“Ficou evidenciado que a autorização concedida ao empreendedor para a supressão das cavidades subterrâneas na área da Cava da Divisa deveria ter sido precedida de estudos rigorosos e detalhados sobre a fauna ali existente”, detalha o procurador da República, Angelo Giardini de Oliveira.

Leia também:

Tadeuzinho convoca ex-presidente da Assembleia de Minas para assumir mandato

Após Zema dizer que Propag foi ‘mutilado’, líder do governo na ALMG chama nova lei de ‘conquista’

As opiniões dos presidentes de PT e Novo em Minas sobre o embate entre Haddad e Zema

Veja os Stories em @OFatorOficial. Acesse