A ausência de comunicação e o espaço para a desinformação

Fernando Haddad e Lula
Haddad e a confusão gerada em torno da possível taxação do Pix exemplifica como uma comunicação mal feita pode sair caro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Quando a comunicação falha, o silêncio ou mensagens mal articuladas criam um vácuo que inevitavelmente será preenchido por desinformação e narrativas contrárias. Recentemente, o caso do ministro Fernando Haddad e a confusão gerada em torno da possível taxação do Pix exemplifica como uma comunicação mal feita pode sair caro. Apesar de não haver proposta oficial, a ausência de clareza deu espaço para interpretações equivocadas, alimentando desconfianças e críticas.

No Brasil, a dificuldade de dialogar diretamente sobre temas centrais, como tributação, segurança pública ou saneamento básico, frequentemente cria lacunas que são exploradas com habilidade pela oposição. Enquanto a esquerda perde terreno por não antecipar os anseios do público e esclarecer suas intenções, a direita tem se mostrado eficiente em ocupar esses espaços com narrativas simplificadas, mas conectadas às demandas imediatas da população.

O episódio do Pix é um exemplo claro de como a falta de uma comunicação estratégica deixa a agenda pública vulnerável. Na ausência de explicações consistentes, boatos se tornam verdades e moldam percepções. Quem comunica primeiro e com clareza geralmente ganha o debate, especialmente nas redes sociais.

Para evitar que situações como essa se repitam, é essencial que a comunicação pública seja rápida, clara e voltada para as reais preocupações da maioria. Ignorar essa necessidade é abrir margem para a desinformação e para que adversários moldem a narrativa de acordo com seus interesses. Afinal, na política, quem ocupa o silêncio controla o discurso.

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