Mãos à obra, prefeito! O novo mandato já começou

Fuad não pode, sob risco do mesmo erro do passado, perder o comando do Legislativo
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman
Fuad teve 53,73% dos votos válidos no domingo (27). Foto: Júnia Garrido/Campanha Fuad Noman

Resolvida a eleição em seu favor, tornando-o o prefeito de BH pelos próximos quatro anos, é hora de Fuad Noman (PSD) – sem tempo para descanso – reunir o grupo que lhe apoiou e, juntos, planejarem a próxima gestão.

O caminho do prefeito precisa ser pavimentado com o auxílio de sua base na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), a começar pela eleição da Mesa Diretora e, sobretudo, a Presidência da Casa.

Fuad não pode, sob risco do mesmo erro do passado, perder o comando do Legislativo. A força de seus votos tem de imperar, e o poder à frente do Executivo deve ser demonstrado de forma inequívoca por seu chefe.

Fidelidade

Não foram poucos os vereadores eleitos e reeleitos na carona da campanha do prefeito, seja politicamente ou financeiramente falando. Estes, mais do que gratidão, devem mostrar fidelidade ao líder que os levou à vitória.

E mais: não é admissível a políticos de um campo ideológico diametralmente oposto a outro darem as mãos à oponentes declarados, apenas por mero oportunismo. Explicitamente falando: quem é de esquerda é de esquerda!

Eleitos por PSOL, PT, PV e PDT e outras legendas à esquerda não podem, sob pena de cuspirem em seus eleitores, militar no mesmo grupo em que Nikolas e companhia estão presentes. Isso não é democracia; é traição.

Coerência

Não foram poucos os que, com razão, criticaram a vexatória coalizão entre Republicanos e Novo, com Alexandre Kalil ao centro. Não foram poucos, igualmente, os que, com igual razão, cobraram neutralidade de Gabriel Azevedo (MDB) no segundo turno.

Vencer uma eleição tão disputada, em que o espectro político oposto é de puro extremismo, haja vista a exploração cretina de seu livro, não foi fácil para Fuad Noman. Traí-lo, agora, dando as mãos aos algozes, é símbolo de indignidade.

Contudo, se o chefe do Executivo – ele próprio – esquecer o que passou, e com extrema galhardia enfrentou, e abrir mão do que lhe é justo, quem sou eu para pedir o oposto? Apenas o lembrarei de um passado não tão distante e feliz assim.

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