Mineiro Darcy Ribeiro entra para Livro dos Heróis da Pátria

Etnólogo fundou o Museu do Índio e a UnB, e foi ministro, vice-governador e senador
Darcy Ribeiro em foto P&B
Darcy Ribeiro entrou para o Livro de Aço. Foto: Celio Azevedo/Senado Federal

Em estantes de bibliotecas e livrarias Brasil afora, repete-se uma lombada que se lê como um grito de guerra: “Darcy / Ribeiro / O Povo Brasileiro”.

Mineiro de Montes Claros, Darcy Ribeiro, autor de O Povo Brasileiro e outros livros, entrou nesta quarta (13) no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, com a publicação no Diário Oficial de lei assinada pelo presidente Lula.

O projeto de lei para inscrever o nome de Darcy foi apresentado em 2019 pelo então deputado Chico D’Angelo (PDT-RJ). Recebeu pareceres de Benedita da Silva (PT-RJ), Afonso Motta (PDT-RS) e Eduardo Bismarck (PDT-CE). No Senado, foi relatado por Paulo Paim (PT-RS) – como se vê, portanto, o texto não passou por mãos mineiras.

Darcy Ribeiro nasceu em 1922. Em 1939 mudou-se para BH, onde ingressou na Faculdade de Medicina. No início dos anos 40 começou sua militância no então Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Abandonou a medicina em 1943 e voltou para Montes Claros.

Formou-se em Ciências Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo em 1946, com especialização em Antropologia. Foi etnólogo do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), que hoje chamamos de Funai. Fundou em 1953 o Museu do Índio, no Rio, hoje Museu Nacional dos Povos Indígenas. No museu, organizou o primeiro curso de pós-graduação em antropologia cultural no Brasil.

Em 1959, por decreto presidencial assinado por JK, Darcy foi encarregado de planejar a montagem da Universidade de Brasília (UnB). Darcy foi o primeiro reitor, em 1962. Foi também ministro da Educação e ministro-chefe do Gabinete Civil de João Goulart.

Com o golpe de 64, Darcy deixou o Brasil e exilou-se no Uruguai. Foi destituído de seus direitos políticos pelo Ato Institucional nº 1 (AI-1). Também foi demitido de seus cargos de professor da Universidade do Brasil (hoje UFRJ) e de etnólogo do SPI.

Em 1982 Darcy foi eleito vice-governador do Rio de Janeiro na chapa de Leonel Brizola. No mandato, implementou os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), também chamados popularmente de “Brizolões”. Em 1986, candidatou-se a governador e perdeu para Moreira Franco.

Em maio de 1987, assumiu a secretaria extraordinária de Desenvolvimento Social de Minas Gerais, a convite do então governador Newton Cardoso, mas ficou poucos meses no cargo. Segundo registra o CPDOC da FGV, Darcy declarou que a sua principal meta era a construção de mil CIEPs em todo o estado, ao longo dos quatro anos de mandato, mas acusou o governo mineiro “de não levar a sério o programa de instalação dos CIEPs”.

Em 1990, Darcy Ribeiro foi eleito senador pelo Rio de Janeiro. Em 1992, votou a favor do impeachment de Collor e foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.

Morreu em 1997, em Brasília, aos 74 anos.

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