Com a eleição de 12 vereadoras em 2024, a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) conta, na atual legislatura, com a maior bancada feminina de sua história. Oito das parlamentares são filiadas a partidos de centro e de direita. O número abre caminho para que o campo conservador assuma a presidência da Comissão de Mulheres.
O nome da vereadora Flávia Borja (DC) é, hoje, o mais avançado nas articulações internas para o comando do comitê. A parlamentar presidiu o colegiado de Mulheres entre 2021 e o ano passado.
Interlocutores da Câmara Municipal informaram à reportagem, no entanto, que uma outra articulação pode levar Flávia Borja a assumir a presidência da Bancada Cristã. Neste caso, o nome que ganharia força para liderar a Comissão de Mulheres seria o de Fernanda Altoé (Novo).
Além de Flávia e Fernanda, as vereadoras filiadas a partidos ao centro e à direita são Doutora Michelly Siqueira (PRD), Janaina Cardoso (União Brasil), Loíde Gonçalves (MDB), Marcela Trópia (Novo), Marilda Portela (PL) e Professora Marli (PP).
A esquerda, por sua vez, está representada por por Cida Falabella (Psol), Iza Lourença (Psol), Juhlia Santos — todas do Psol — e Luiza Dulci (PT).
Uma vereadora do campo conservador, que preferiu não se identificar, confirmou as movimentações para que a esquerda não ocupe a presidência da Comissão de Mulheres.
“Sempre há essa articulação. É uma questão de ocupar os espaços com colegas com as quais nos identificamos nas mesmas pautas”, disse.
Esquerda tem nomes definidos
De acordo com Cida Falabella, o Psol vai indicar Juhlia Santos para a Comissão de Mulheres.
“Achamos que é o mais coerente no momento de tantos ataques aos corpos trans no Brasil e no mundo”, aponta.
A representante do PT no colegiado será a vereadora Luiza Dulci.
Nos bastidores, lideranças da esquerda na Câmara de BH admitem que a superioridade numérica das vereadoras à direita fará com que a presidência da comissão fique com uma política de orientação conservadora.