Ex-prefeito mineiro é condenado por promover imigração ilegal para os EUA

Outras 14 pessoas também faziam parte da quadrilha; esquemas foram descobertos em operação do MPF
Tarumirim, na região Leste de Minas. Foto: Divulgação.

Um ex-prefeito de Tarumirim, na região Leste de Minas, foi condenado por promover imigração ilegal para os Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF) na manhã desta terça-feira (30).

Outras 14 pessoas, que também faziam parte das quadrilhas, foram condenadas. As sentenças foram proferidas em três ações penais resultantes da operação “Cai-Cai”, realizada em 2020.

As penas variam de 10 a 20 anos de prisão. O ex-prefeito era, segundo o MPF, um dos líderes do esquema. O nome dele não foi divulgado.

Crimes

As 15 pessoas integravam três grupos criminosos especializados em promover imigração ilegal de brasileiros, inclusive menores, para o exterior. Segundo o MPF, as quadrilhas tinham algo em comum: eram grupos familiares de filhos, irmãos e cônjuges.

“Eles atuavam pelo menos desde 2018 e foram responsáveis pela imigração ilegal (…) através do sistema denominado “cai-cai”. Nele, adultos acompanhados por menores entregam-se às autoridades americanas, alegando dificuldades para viver no Brasil e pedindo asilo (…)”, explica o órgão.

Os esquemas foram descobertos em 2019 em uma operação da Polícia Federal, que realizou 40 entrevistas migratórias com passageiros que embarcavam no aeroporto de Confins com destino a Cancún e Cidade do México. Diligências foram cumpridas em Governador Valadares, Tarumirim, Engenheiro Caldas, Sobrália, Alvarenga, Ipaba, Jampruca, Frei Inocêncio, Caratinga e Piedade de Caratinga.

Morte

Pelo menos um brasileiro morreu tentando atravessar a fronteira do México com os Estados Unidos.

“Há casos em que pessoas foram vítimas de sequestro e coagidas a pagar valores exorbitantes para serem soltos. Vários outros foram deportados e tiveram que regressar ao Brasil”, afirma o MPF.

A quadrilha cobrava entre 15 a 22 mil dólares – 84 a 124 mil reais na cotação atual – para prestar os serviços.

“Testemunhas relataram que eram pressionados a pagar suas dívidas com os grupos, inclusive por meio de ameaças e coação a familiares que viviam no Brasil”, esclarece o órgão.

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