Os pedidos de deputados e sindicatos de Uemg e Unimontes ao governo Zema

Servidores voltaram ao trabalho nesta terça (2), após dois meses de greve; algumas reivindicações permanecem à mesa
Foto mostra a fachada de prédio da Uemg em BH
Servidores da Uemg ainda têm demandas ao governo do estado. Foto: Uemg/Divulgação

Após cerca de dois meses de greve, servidores da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e da Universidade Estadual de Montes Claros (Uemg) voltam ao trabalho nesta terça-feira (2). Em meio aos impactos do fim da paralisação, deputados estaduais e sindicatos tentam convencer o governo de Romeu Zema (Novo) a atender dois pedidos dos profissionais: o pagamento das ajudas de custo referentes aos dias de greve e a concessão de dedicação exclusiva aos professores, para que haja mais tempo a atividades de pesquisa e extensão.

Nessa segunda-feira (1°), a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Camila Neves, e o advogado-geral do Estado, Sérgio Pessoa, receberam os deputados estaduais Cássio Soares (PSD) e Beatriz Cerqueira (PT) para tratar das reivindicações. Representantes de entidades sindicais também participaram da reunião, na Cidade Administrativa.

Durante o encontro, o governo sinalizou que fará estudos sobre a possibilidade de não cortar os valores da ajuda de custo dos dias em que não houve aula. Isso porque os professores se comprometeram a repor as atividades curriculares desmarcadas. Assim, Uemg e Unimontes enviarão, ao poder Executivo, relatórios detalhando as atividades feitas pelos profissionais ao longo do período de greve. O cronograma de reposições também será apresentado.

“Nós estamos perdendo muitos professores para outras universidades, outros concursos públicos, e realmente a Universidade merece um pouco desse olhar atento. Acho que a gente tem avanço, sim. Às vezes, não na velocidade que a gente gostaria, mas estamos saindo daqui com um encaminhamento que não é garantia, mas é um bom indicativo”, disse Cássio, a O Fator, ao comentar os indicativos dados pela equipe de Zema.

Dedicações exclusivas

O pedido pela implantação do regime de dedicação exclusiva, por sua vez, serve pra que os docentes tenham jornadas semanais de 40 horas de trabalho. Assim, teriam respaldo legal para aproveitar parte do tempo de serviço para atividades fora das salas de aula, como as pesquisas. O governo também prometeu analisar essa solicitação.

“Vamos aguardar o retorno da AGE em relação às dedicações exclusivas e seguir fortalecendo e apoiando os docentes e (servidores) administrativos de Uemg e Unimontes na busca por valorização”, falou Beatriz Cerqueira.

Novas rodadas após debate da dívida

Segundo Cássio Soares, que lidera um dos blocos parlamentares de apoio a Zema na Assembleia, a ajuda de custo fornecida aos professores poderá ser reajustada posteriormente. Segundo ele, um debate sobre o aumento das cifras precisa ser posterior à concretização de um acordo entre a União e o Palácio Tiradentes pelo refinanciamento da dívida do estado com o governo federal, que supera os R$ 160 bilhões.

“Depois da reunião que nós tivemos na quinta-feira passada, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ele nos fez um amplo histórico de tudo que está sendo discutido e conversado. E acho que, dentro de pouco tempo, nós vamos ter uma solução dada para Minas Gerais. Então, reforço aqui, mais uma vez, passada essa questão da dívida do Estado, para sentarmos à mesa novamente para estudarmos o reajuste da ajuda de custo, dentro do que for suportável pelo Estado. Mas eu estou muito esperançoso”, projetou.

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