Engler já quis facilitar a pesca em água salgada. Detalhe: Minas não tem mar

No final dos anos 1980 – até hoje não sei se fato ou boato -, rolava uma história de que Minas teria saída para o mar
Engler pesca água salgada
Bruno Engler (Foto: Viviane da Cunha/Divulgação)

Em meio às agressões nesta reta final de campanha em BH, em que Bruno Engler (PL) aparece bem atrás do atual prefeito Fuad Noman (PSD) nas pesquisas eleitorais, uma “acusação” chamou a atenção pelo teor, no mínimo, curioso.

Bruno Engler não é apenas um deputado que falta muito às sessões da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Das 868 reuniões ordinárias e extraordinárias, de 2019 a 2024, Engler faltou 47,2% delas – quase a metade -, segundo levantamento divulgado pelo deputado Rogério Correia, do PT”. Este é um trecho de um material, supostamente produzido pela campanha do pessedista, que circula nas redes sociais.

Bruno Engler é também um deputado de produtividade muito baixa. Teve apenas oito projetos aprovados em seis anos como deputado estadual e está em 47º lugar em número de projetos de lei aprovados entre os 77 deputados da ALMG”, afirma outra parte do material. Mas o inusitado vem a seguir.

Aí, não, né deputado

Um dos projetos de Engler que foi aprovado, em sua versão original, facilitava a abertura em Minas de empresas que atuam em pesca em água salgada – sim, pesca em água salgada. Depois que foi alertado da inconsistência da proposição, pois Minas não tem mar, Engler suprimiu essa parte do projeto”, afirma o mesmo documento.

No final dos anos 1990, a pequena cidade de Varginha, no interior de Minas, tornou-se conhecida por sucessivos testemunhos de contatos e avistamentos de extraterrestres. A partir de então, o ET de Varginha estimulou a criatividade dos políticos locais, que ergueram uma caixa d’água em formato de disco voador e até mesmo uma estátua em um local batizado como Praça do ET.

Outra extravagância, a partir de uma lei municipal, foi a edificação de um aeroporto para alienígenas, também na década de 1990, em Barra das Garças, no interior do Mato Grosso. Não menos bizarros são projetos como o que instituiu Apucarana, no Paraná, a capital nacional do boné; o da proibição de nomes próprios a animais domésticos; o que transforma o bolinho de frango em patrimônio cultural; e os que instituem os dias do Saci e do Samurai. Ao que parece, portanto, Bruno Engler não está sozinho.

No final dos anos 1980 – até hoje não sei se fato ou boato -, havia uma história de que Minas teria saída para o mar, através da Bahia, mas que o governador à época, Newton Cardoso (PMDB), por ser baiano, jamais se interessou pelo tema. Será que o jovem bolsonarista quer requentar o assunto e, finalmente, o sertão vai virar mar?

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