Os recados de Alexandre Silveira a Zema

Sem citar o nome do governador, ministro de Minas e Energia fez apontamentos sobre a gestão estadual durante ato com Lula em BH
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
Alexandre Silveira discursou em evento de Lula em BH. Foto: Uarlen Valério/Esp. para MME

Embora não tenha feito críticas nominais ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), aproveitou um evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Belo Horizonte, para dar recados ao governador. Durante seu discurso, Silveira pregou “respeito” ao funcionalismo público e afirmou que, até o início do governo petista, Minas Gerais ficou “carente” de articulação política.

Segundo apurou O Fator, a ideia foi passar uma mensagem crítica a Zema. 

“Quando a gente fala em respeitar o funcionalismo público, o salário, quando observamos a importância de não sacrificarmos ainda mais o funcionalismo, é porque é, além de uma enorme injustiça, é, principalmente, sacrificar a qualidade do serviço público”, disse o ministro, em determinada altura do discurso.

O governo de Minas, vale lembrar, sancionou nesta semana um reajuste de 4,62% aos servidores. O índice originalmente proposto era um ponto percentual inferior, mas o governo ampliou a oferta em meio a pressões de sindicatos e deputados estaduais. 

“Minas ficou carente e pede socorro. Carente de gestão, de articulação e de trabalho. Mas, neste um ano e meio (de governo Lula), já podemos ver a diferença”, apontou Silveira.

O ministro de Minas e Energia ainda colocou em xeque os efeitos práticos da boa relação entre Zema e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

“Quando existia, aqui, um falso dito de alinhamento de ideias ao governo (federal) anterior, não vimos nenhum resultado concreto para o povo mineiro”, apontou, citando lacunas em áreas como a infraestrutura viária e a saúde.

Apoio a vice-governador

Ainda durante a solenidade, no Minascentro, Lula evitou a continuidade de vaias direcionadas pelo público ao vice-governador Mateus Simões (Novo)

Quando Simões foi anunciado como orador, houve protestos. Lula, então, se levantou do assento que ocupava e cobrou respeito.

“Companheiros, eu queria pedir a compreensão de vocês pelo seguinte: quando eu vou a um estado, faço questão de convidar as autoridades dos estados para participar dos eventos – afinal de contas, vocês me elegeram presidente para mostrar civilidade”, disse, em tom de repreensão.

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